"Do dia que contei estrelas sozinha. De novo" por Carol Santana




Primeiramente, o texto não é meu. É da Carol Santana do blog Caixa-a-a entrei em contato com ela e ela me permitiu postá-lo aqui no blog portanto, fiquem com esse texto maravilhoso =)


Não foi o seu carro que passou na minha frente quando eu estava sentada aquele dia na porta de casa. Não foi o seu carro que parou.
Não era você dentro do carro.

Eu esperei.
Eu olhei no relógio constantemente. Contei quantas músicas se passaram na rádio enquanto eu estava parada ali esperando. Foram sete, fora os comerciais.
Counting Stars tocou. Mas o céu estava totalmente nublado. Parece um pouco com a minha vida, se quer saber minha opinião.

Você sabe que eu sempre fui do tipo de pessoa que acredita em sinais. Que procura ouvir o que Deus está tentando me dizer, e procura sinais do Universo em todas as coisas. É, totalmente Ted Mosby.
O problema comigo, e com o Ted Mosby, e com as pessoas românticas do mundo todo, é que elas esperam dos outros o que elas fariam por alguém. Em geral elas não encontram. Porque são poucas as pessoas assim. Acredite em mim, eu tive bastante tempo para pensar nisso, foram sete músicas, fora os comerciais.
Na esquina um outro par de luzes também apareceu, também não era o seu carro.
Também não parou.
Também não era você.
Era só mais alguém, que não era você, indo para algum lugar, que não era eu.
Vejo muita gente assim por ai. Pessoas indo a lugares.
Sinto inveja delas, pelo menos elas sabem para onde estão indo.
Às vezes o meu trajeto se resume simplesmente eu encontrar uma pedra para chutar. Nenhum destino estabelecido.

Mas aquele dia, eu pedi por um sinal, entende?
Detesto quando o Universo insiste em me dizer não. E olha, ele tem dito isso bastante, e tem sido muito criativo nas maneiras de me mostrar.
Não sei você, mas eu faço isso: Se o próximo carro que virar a esquina for dele, ou for vermelho. Se passar um casal na rua nos próximos quatro minutos. Se a luz do poste apagar sozinha, vai ser um sinal de o Universo me dizendo Sim.

Ridículo né?
Principalmente quando você sabe que a luz do poste apaga e acende a cada dois minutos, dá um tilte e apaga de novo.
Aquele dia não apagou. Só pode ter sido o Universo.

Talvez a gente apenas não devesse esperar por sinais se não estiver preparado para eles. Ou talvez a gente não devesse estar esperando por sinal algum. Devesse, simplesmente, ir lá e meter a cara por conta própria sem tentar culpar o Universo pelo o que quer que esteja acontecendo. Acho que o Universo pode estar um pouco ocupado.

São muitas estrelas.
Não consegui contar todas, mas de fato tenho perdido o sono, pensando sobre tudo o que nós poderíamos ser.

Você podia contar comigo.
Mas não era o seu carro.
Nessa noite perdi o sono.
De novo.
O difícil é aprender a lição. 

 photo bannertaly_zpse3d2f774.jpg

0 comentários:

 
Design geral de: Rachel Lima | C�digos de Giovana Joris
|